Dirceu abriu as portas.
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DIOGO MAINARDI
O fim de Lula.E o meu "Lula foi o ponto alto da minha carreira.Com seu desaparecimento, decaireimiseravelmente. De uma hora paraoutra, não terei mais assunto. O únicotema que de fato me interessa sãomeus filhos. Ninguém aceitará mepagar um salário para escreversobre eles todas as semanas" Ganhei de presente um Lula de pelúcia. É uma obra do artista plástico Raul Mourão. O Lula de pelúcia mede dois palmos de altura. Fica sentadinho, de pernas abertas. Tem o rosto amarelado, como o do sertanejo que passou tempo demais longe do sol. O pé inchado. O olhar perdido. O cabelo ruim. O terno mal cortado, de material sintético. O Lula de pelúcia me pegou de jeito. Desde a última quarta-feira, não consigo largá-lo. Ele desencadeou em mim uma série de pensamentos alarmados. Quem me acompanha sabe que, nesses anos todos, Lula foi meu ursinho Pooh, meu amigo imaginário, meu companheiro de jogos. Eu dormi com Lula, acordei com Lula, dei banho em Lula. Quando ganhei o Lula de pelúcia, fui acometido por um forte sentimento de nostalgia. Dei-me conta de que, nos próximos meses, assim que o Lula verdadeiro cair, assim que ele morrer politicamente, assim que ele for enterrado, essa alegre e despreocupada fase da minha vida também chegará ao fim. O meu Lula de pelúcia ficará guardado para sempre no fundo do armário, todo encardido, cego do olho esquerdo, com o bracinho pendente, descosturado. Lula foi o ponto alto da minha carreira jornalística. Com seu desaparecimento, decairei miseravelmente. De uma hora para outra, não terei mais assunto. O único tema que de fato me interessa são meus filhos. Ninguém aceitará me pagar um salário para escrever sobre eles todas as semanas. O maior que entra numa relojoaria para pedir jujuba. O menor que está ficando careca. O maior que decorou a ordem de todos os anúncios das páginas amarelas. O menor que caiu da cama e está com um galo na testa. O maior que roubou uma sandália numa loja de roupas, a fim de acionar o alarme antifurto. O menor que rasgou meu talão de notas fiscais. Os leitores reclamarão da constrangedora vacuidade da minha coluna. Claro que estarão certos. Num dado momento do ano passado, quando parecia que Lula conseguiria se perpetuar no poder, pensei aliviado que nunca mais teria de ler um livro ou assistir a um filme. Imaginei que poderia passar o resto de minha existência ocupando-me de matérias mais entusiasmantes, como o rombo no Funcef ou o desfalque no Dnit. O fim prematuro de Lula vai acabar com tudo isso. Com muito desgosto, serei obrigado a voltar a ler e a ir ao cinema. Não será o suficiente. Por mais que me empenhe, não saberei o que falar sobre livros e filmes. Numa medida desesperada, tentarei me mudar para Nova York. O aluguel de um apartamento central será caro demais. O fisioterapeuta custará 100 dólares por hora. O dinheiro acabará rapidamente. Fugirei para Roma. Também não dará certo. Não acontece nada em Roma. Ninguém quer saber de Roma. Eu não quero saber de Roma. Em menos de dois anos, perderei o emprego na revista e na televisão. Meus filhos me abandonarão. Morrerei com o Lula de pelúcia no colo.
Se forem verdadeiras, quatro revelações feitas pelo advogado Rogério Buratti, em novo depoimento ao Ministério Público, no dia 7 de novembro, em Ribeirão Preto, comprometerão definitivamente o ministro Antonio Palocci.
As quatro revelações, narradas pela revista "IstoÉ/Dinheiro" desta semana são:
Palocci intermediou a doação de R$ 1 milhão de dois donos de bingos para a campanha de Lula em 2002; prometeu, num encontro com empresários do ramo, legalizar os bingos; facilitou o tráfico de influência para empréstimos de prefeituras petistas no Banco Mundial; e, por fim, indicou um dirigente da Leão Leão para a direção da Visanet.
A última revelação é, talvez, a mais grave das quatro em vista da confirmação de que a Visanet pagou R$ 10 milhões à agência DNA para os fundos irregulares que irrigaram o valerioduto. A primeira - a doação feita por dois donos de bingos, os portugueses ou angolanos José Paulo Teixeira da Cruz Figueiredo, o Vadim, e José Valente de Oliveira Caio - foi intermediada por Roberto Carlos Kurzweil, dono da locadora que cedeu o Ômega blindado que foi ao Aeroclube dos Amarais, em Campinas, no dia 31 de julho de 2002, buscar três caixas de papelão que continham US$ 3 milhões ou US$ 1,4 milhão repassados por um diplomata cubano para a campanha de Lula.
Segundo a revista, Buratti contou ao promotor Aroldo Costa Filho que, entre outubro e novembro de 2002, Palocci teria participado de uma reunião com donos de bingos no Hotel Sofitel, em São Paulo, no qual prometeu que o futuro governo Lula legalizaria o jogo. A informação faz sentido porque na mensagem anual que o governo Lula enviou ao Congresso em 2004 propunha a legalização dos bingos, esquecida depois no afã provocado pelo escândalo Waldomiro Diniz.
A terceira confissão de Buratti envolve a si mesmo: depois de Palocci assumir o Ministério da Fazenda, ele e Rodrigo Cavalieri, dono da MC Consulting, montaram um mecanismo que facilitava a autorização da Comissão de Financiamento Externo (Cofiex), órgão do Ministério da Fazenda, para empréstimos feitos por prefeituras petistas ao Banco Mundial.
No depoimento, Buratti indicou empréstimos que teriam sido liberados pelo esquema - um de Goiânia, outro de Manaus. Tribuna da Imprensa
Porque esse cara ainda é ministro, porque esta fora da cadeia, porque seu partido ainda não perdeu o registro, porque o impeachment não sai?
Alvos de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Câmara, os deputados João Magno (PT-MG) e José Mentor (PT-SP) arrolaram como testemunhas de defesa ministros com assento cativo no Palácio do Planalto.
Magno, acusado de receber R$ 250 mil do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pelo esquema de Marcos Valério, escalou para sua tropa de choque os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, das Comunicações, Hélio Costa, e o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos Nilmário Miranda.
Mentor, que recebeu R$ 120 mil do chamado valerioduto, foi ainda mais seletivo. Para livrá-lo da cassação por quebra de decoro em plenário, o parlamentar petista escolheu para fazer sua defesa ministros do porte de Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. O petista, ex-relator da CPI do Banestado, incluiu ainda na lista o ex-presidente da OAB, Rubens Approbatto Machado.
Entre os petistas, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Professor Luizinho (PT-SP) foram os únicos que não arrolaram nenhuma testemunha na defesa protocolada na última semana no Conselho de Ética.
– Não estamos só trabalhando a questão da denúncia em si, queremos destacar a trajetória política do deputado para comprovar que seria impossível sua suposta participação no esquema do mensalão – afirmou o advogado de João Magno, Wellington Alves Valente.
Segundo Wellington, todos os citados, com exceção do tesoureiro da campanha de Magno à prefeitura de Ipatinga (MG), Paulo Vieira Albrigo, teriam se prontificado a comparecer ao conselho a fim de sublinhar o caráter ético do seu cliente. O ex-ministro Nilmário Miranda, por exemplo, como foi coordenador de campanha do PT em Minas, poderia apontar o comportamento de João Magno durante as eleições.
No caso do ministro Patrus Ananias, os argumentos seriam semelhantes. João Magno cultiva uma relação muito próxima a ele, e segundo a defesa, Ananias poderia ressaltar entre os membros do Conselho “os trabalhos sociais desenvolvidos” pelo petista. Hélio Costa teria uma dívida solidária com João Magno. Costa quando se candidatou ao governo de Minas teria contado com o apoio incondicional do petista, o que lhe rendeu apoios e votos.
Mentor, por sua vez, disse ter escolhido ministros do calibre de Thomaz Bastos e Henrique Meirelles porque seriam pessoas “capazes de comprovar a verdade”.
– Só quero que eles venham até aqui para confirmar que os comuniquei de tudo – disse o deputado. Quando relator da CPI do Banestado, acrescentou o petista, “o doutor Meirelles e o Palocci (Ministro da Fazenda) acompanharam todo o processo em relação ao Banco Rural”. O petista negou que tivesse a intenção de expor o governo federal tanto que “não sentiu qualquer impedimento por parte das testemunhas”. Já a importância da presença de Thomaz Bastos seria em função de sua participação nas investigações sobre doleiros e ainda no acompanhamento dos trabalhos da CPI do Banestado. Os petistas cumprem, na verdade, semelhante trajetória percorrida pelo deputado José Dirceu que, no último mês, indicou como testemunhas de defesa pesos pesados do PT e governo como o atual presidente da Câmara e ex-ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, o líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), o ex-presidente do PT José Genoino, o deputado e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB-PE).
Na ocasião, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, hoje testemunha de José Mentor , também havia sido escalado para defender Dirceu. Enviou seu depoimento por escrito. A exemplo de Dirceu, os petistas apostam na linha de defesa eminentemente jurídica para escapar da cassação.
Na contra-mão de Mentor e João Magno, os deputados Professor Luizinho (PT-SP) e Josias Gomes (PT-BA), igualmente ameaçados de cassação, preferiram a discrição na hora de apontar nomes capazes de defendê-los perante ao Conselho de Ética. Josias apostou em integrantes de seu comitê de campanha. Luizinho considerou suficientes os depoimentos prestados da CPI dos Correios.
– É desnecessário expor um ministro, sobretudo quando se é do mesmo partido – pondera Márcio Silva, advogado dos dois petistas que receberam dinheiro das contas de Marcos Valério.
JB Online
A cúpula da Máfia vai servir de testemunha de defesa, que coisa mais louca!
O presidente é isso, superficial, mentiroso, cara de pau!
Não sei se o PT esta morto, mas esse senhor fala das nuvens, nada a ver com a realidade aqui na terra, já morreu e ninguém lhe avisou.
Fora Lula!