terça-feira, junho 6

Invasão

A Câmara foi alvo de um atentado criminoso, não de um ato político. O Legislativo e o Executivo não podem se deixar levar pelo ano eleitoral para fazer politicagem com grupos de marginais que, em nome de falsas bandeiras e ideais, atacam e destroem a propriedade alheia sob a conveniência de parte do governo, que não sabe distinguir atos políticos de crime comum. O movimento pela justiça social passa em primeiro lugar pelo respeito aos princípios da democracia e da lei.
VALENTIM LOPEZ
(via Globo Online, 6/6), Rio

A invasão da Câmara por um grupo rebelde é mais que apenas vandalismo, que são atos contra instituições tradicionais que merecem respeito — porque talvez esse já não seja mais o caso — mas sim uma ação de coação dirigida contra o poder estatal . O nome certo é terrorismo, por mais que doa admitirmos. Não devemos contemporizar.
ANDRÉ VIANNA
(via Globo Online, 6/6), Rio

A invasão da Câmara é uma demonstração da falta de autoridade no país. Aqui os advogados debocham do juiz, o Congresso absolve mensaleiros, bandidos dominam as principais cidades como Rio e São Paulo e assim o povo vai assistindo à incompetência administrativa do poder.
CARLOS EDUARDO MARTINS RIBEIRO
(via Globo Online, 6/6), Petrópolis, RJ

Não é a primeira vez, e pelo visto não será a última, que, em nome de um ideal por vezes duvidoso, um grupo de meliantes denominados MST ou MLST, ou seja lá que sigla eles adotam, faz com sua bandeira pseudo-democrata ações criminosas como a invasão da Câmara. Tudo sob a complacência do Executivo que, em ano eleitoral, pelo visto nada fará para conter estes marginais, não tirando a validade de alguns ideais honestos em nome da justiça social. Vejo também o discurso oportunista de alguns congressistas, não sabendo separar atos criminosos de aspirações legítimas e democráticas e, por isto, aproveitam a situação em nome da demagogia política para aparecer.
JOSÉ MAGALHÃES SERRADO
(via Globo Online, 6/6), Rio

Já está mais do que na hora de os poderes deste país tomarem, em definitivo, as rédeas do cumprimento das leis e da ordem, senão a democracia vai passar a ser ré nas mãos desta bandidagem geral que toma conta deste país. Espero, presidente, que não fique calado, minimize, se omitia ou deixe de punir estes bandidos. Da Justiça, esperamos tolerância zero para com estes baderneiros, para que tais atitudes não proliferem pelo país. O Congresso está desacreditado, mas não podemos deixar de reagir contra tal desrespeito à casa do povo.
JOÃO PAULO SILVEIRA
(por e-mail, 6/6), Rio

Assusta a fraqueza com que as autoridades do Poder Legislativo lidaram com a invasão do Congresso por integrantes do MLST. Os tempos atuais de enfraquecimento e acovardamento de nossa classe política, acuada pelo desprezo da opinião pública, lembram os tempos do governo Jango, quando tudo era motivo para contemporizar. Não deveria o Congresso Nacional ter medo de demonstrar autoridade. Deveria, sim, ter medo de demonstrar sua fraqueza. Não é preciso ser autoritário para exercer a autoridade. Ao contrário, a democracia só sobreviverá se nossos governantes entenderem que a autoridade do Estado é fundamental para a manutenção do estado de direito.
CARLOS KLOSKE
(via Globo Online, 6/6), Rio

Os atos de violência do MLST e a resposta branda do presidente Aldo Rebelo demonstram o tratamento permissivo e diferenciado estendidos aos movimentos sociais ligados ao governo federal. Enquanto isso, os idosos na reforma da Previdência foram recebidos a bala pelo deputado João Paulo Cunha, do PT, recentemente liberado da punição pelo plenário da Câmara pela sua participação no esquema do mensalão. Enquanto a enxurrada de fundos continuar chegando a esses movimentos baderneiros e os olhos da Justiça continuarem fechados, nosso país será palco de cenas como as de hoje.
MARCUS DRUMMOND BOEIRA
(por e-mail, 6/6), Forest Hills, NY, EUA

Um Poder Legislativo corporativista, preocupado em livrar a cara dos coleguinhas corruptos, desmoralizado e desacreditado pelo povo dá margem a atos de vandalismo como este. Talvez vários cidadãos honestos e cumpridores de suas obrigações, como eu e milhões, gostariam de estar lá, para ajustar contas pessoalmente com os sanguessugas. Pelo menos desta vez a invasão se deu em terra comprovadamente improdutiva.
EMILSON SOUZA DA COSTA
(via Globo Online, 6/6), Rio

A invasão da Câmara é o resultado do apoio do governo Lula ao processo de reivindicação da terra pela força, cumprindo etapa decisiva do projeto de poder do PT. Esse projeto será alcançado por qualquer meio, seja pagando mensalão ou invadindo propriedades privadas e públicas, em total desrespeito às leis e instituições do país.
ORLANDO MACHADO SOBRINHO
(por e-mail, 6/6), Rio

A invasão bárbara do Congresso por membros do MLST foi uma vergonha. Pelo desrespeito à instituição, pela tímida e medrosa reação de Aldo Rebelo, presidente da Câmara. A democracia começa a correr riscos, se as coisas não mudarem. O governo do PT é muito responsável por esta crise, cada vez mais forte, cada vez mais séria.
EDMILSON GHERSEL NARCHI
(via Globo Online, 6/6), São Paulo, SP

Jornal O'Globo

Todos são contra, todos protestam mas, os deputados petistas e o governo Lula tentam explicar os atos dessa organização criminosa comandada pelo PT e que recebe dinheiro público para transformar o Brasil numa Colômbia.