sexta-feira, março 17

A desmoralização do caseiro.

A revista Época revela que o caseiro que afirma que o ministro Antonio Palocci freqüentava a chamada ”casa do lobby”, em Brasília, possui uma caderneta de poupança na Caixa Econômica Federal que recebeu depósitos em dinheiro num total de R$ 38.860 desde janeiro. Francenildo Santos Costa confirmou ter recebido R$ 25 mil — o último depósito seria o retorno de um dinheiro sacado anteriormente — e atribuiu as doações ao empresário Eurípedes Soares da Silva, de quem seria filho ilegítimo e que tem empresa de ônibus urbanos no Piauí. Eurípedes reconheceu, segundo a revista, que fez depósitos. Negou o parentesco em princípio, mas, à noite, assumiu a paternidade. A mãe de Francenildo deu entrevista confirmando a história. O caseiro também falou e declarou ter estranhado que a Polícia Federal tivesse pedido seus dados bancários. Com o sigilo quebrado à sua revelia, mas sem saber por quem e em que condições, ele levantou ainda a suspeita de que poderia haver uma operação para desmoralizá-lo depois de seu testemunho contra Palocci. O repórter da Época que assina a reportagem disse que recebeu os extratos bancários “por meio de uma fonte e sob condição de sigilo”. A pergunta que não quer calar em Brasília é como as informações bancárias de Francenildo, na Caixa Econômica Federal, foram obtidas. Primeira Leitura

As perguntas que ficam: Como foi quebrado o sigilo bancário do caseiro enquanto o sigilo de criminosos é preservado com todo o cuidado? Só os criminosos tem direitos? O STF só protege os criminosos? O que mais vem por ai, um acidente fatal que calará para sempre a verdade do caseiro?